Quando falamos de amor, quando
queremos expressar o amor ou até mesmo em qualquer comparação que se faça, lá
está presente a síntese que se criou em torno do amor de mãe.
Tão
conhecido e merecidamente respeitado e admirado é esse amor. É quase
incomparável!
Mãe
é a figura que ilustra o amor...
Mas
hoje quero falar do amor de pai
Que
amor é esse que quase não se falam, vive escondido e quase não aparece? Não é
ideologia, filosofia, não se mede com instrumentos, não se calcula em máquinas
avançadas. Não se fazem teses e nem se discute entre amigos, nas escolas e
universidades. Pouco, muito pouco se fala desse bem precioso, desta pérola
esquecida, desta matéria de grande valor. Quisera enumerar, qualificar,
dividir, desvendar cada item sublinhado, cada beleza, riqueza, grandeza.
Pai...
Quem é ele? O que se sabe a seu respeito?
Quem
já o interrogou? Quem já foi capaz de entrevista-lo até descobrir todos os seus
dotes paternos? Quem foi capaz de desnudá-lo para assim poder revelá-lo? Até
mesmo os seus interrogadores e entrevistadores, que apesar de filhos e de
muitos já serem pais, não foram capazes de lapidá-los até que todos pudessem
vê-los reluzentes como pedras preciosas ou diamante de grande valor.
Pois
mesmo esses que citei, os que entrevistam, os que interrogam e quase todos os
demais filhos ainda não descobriram o homem que foi designado a ser pai sem
poder escolher o filho ou filha. Mal pode acompanhar a gravidez, para suprir as
necessidades da família trabalhou e lutou quase todos os dias. Ainda que no
seio materno o filho ou filha já necessitasse do seu amor e quantas vezes
cansado e atribulado com tantos problemas não se lembrou de fazer um carinho ou
apenas trocar uma palavra com seu filho. Quase nunca pode estar presente ao
nascimento, mas ansioso e orgulhoso diz a todos a respeito do fato em si.
Na
infância perde quase todos os melhores momentos dos filhos e quase sempre ouve
por outros que seu filho deu os primeiros passos ou falou as primeiras
palavras. O pai tem a missão de chefiar e suprir as necessidades, de ser duro e
ordeiro, tornando-o muitas vezes desprezado e esquecido, por usar de seus
direitos legais. Quase sempre9—incompreendido faz-se pouco dele, na maioria das
vezes é chamado de estúpido, bruto, incompreensível, duro demais.
Em
que dilema se encontra esse herói quase esquecido, que usa de seus direitos
legais sobre o filho e incompreendido isso lhe acarreta a fama de, como já foi
dito, durão, marrento, e outras coisas mais. Se amolece e não julga com rigor e
desrespeitado, enfrentado, ameaçado e até agredido com um turbilhão de injúrias
e até mesmo fisicamente agredido.
E
então... O que fazer? Acabrunhado pela responsabilidade material e educacional
dos filhos e por mais que faça, quase sempre ouve dizer que não fez o que era
certo. Atormentado por sugestões e criticas constantes, o herói tomba, cai,
fraqueja, pois também é de carne e osso como todos, é humano e limitado, vive a
realidade da vida e não a ficção ilustrada e abstrata que passa pela cabeça dos
filhos e que eles veem nos comerciais da televisão e nas histórias fantasiosas
dos contos e dos quadrinhos desenhados onde tudo dá certo e é possível
acontecer, mas na dura realidade cotidiana desse herói, o Pai, as coisas são
diferentes, não se pode usar magia, nem encantamentos, usa-se de suas lágrimas,
aflição e pressa. Não pode perder tempo, pois os filhos necessitam de cuidados,
alimentos, roupas, materiais escolares, médico, brinquedos e objetos para o
conforto como: casa, roupas, utensílios domésticos, TVs, computadores,
celulares e ainda exige-se dele carro, férias e muitas outras coisas. Quase
nunca ele pode dar e receber carinho, pois falta tempo para dialogar e
aconselhar. É quase um estranho no próprio lar, pois quase nunca pode estar
presente, a disposição.
Então
para poder escrever o que escrevi, analisei, vi e pude compreender porque os
pais lutam, correm, se esforçam, são exigentes, quase sempre ausentes, choram,
se frustram e muitas vezes tem vícios.
Percebi
que a vida desse herói é sempre de luta, pois nada é fácil para eles, correm
porque quase sempre tem horário a cumprir e quase nunca trabalha perto, tem que
se esforçar no cumprimento do dever e busca sempre fazer o melhor, mas se
esquecem que ele é humano, tende a errar e esgotar-se. São exigentes, pois a
condição de pai lhes acarreta ainda responsabilidade cultural e moral dos
filhos. É o que sempre dizem: tal pai, tal filho. É culpado e condenado sem um
julgamento justo. Sua ausência é sempre notada, no decorrer da vida chega
sempre atrasado no nascimento, no crescimento e nos atos dos filhos, pois tais
atos surpreendem até os pais mais experientes e desconcerta até autoridades
civis e religiosas, choram porque não podem ser o que são, são senhores e são
tidos como escravos, são mestres e são tidos por impostores, são honestos, mas
quase sempre duvidam dele. São homens comuns, mas exigem deles o impossível,
são pais e quase nunca lhe dão esse direito.
Então
se frustram, desanimam, perdem o senso critico porque as circunstâncias lhe
fazem vítimas fragilizadas do próprio círculo de compromissos que lhe acarretam
sempre o dever e quase nunca o direito.
A
fraqueza do vício torna-se um meio usado por eles para fugir das
incompreensões, das dores, das incertezas e não veem perspectivas de melhoras e
sem saber são arrastados a desonra, a vergonha. São iludidos e essas ilusões
lhes tiram seus direitos adquiridos, revogam suas qualidades e apagam seu
perfil, seu brilho, sua sensibilidade e não há outra saída a não ser deixar o
lar, quando não é abandonado e esquecido.
Então:
Quem é o mocinho? Qual o bandido dessa realidade aqui expressada? Quais os
próis e os contras?
Não
há o que condenar, julgar ou comemorar, por isso não é um jogo onde um ganha,
outro perde. No deliberar dessa realidade, pais e filhos têm os mesmos direitos
e deveres o que falta é a compreensão dos mesmos, cada qual no que lhe é devido
e o que lhe é direito.
Hoje
na comunicação deste dia, o que posso eu pedir ou exigir. Nada posso pedir, nem
sei se mereço consideração ou desprezo, criticas ou lamento.
Só
sei o que de fato sou e nada mais do que sou. Simplesmente: Pai...
E
quanto ao amor de pai... Esquece e vamos simplificar tudo isso em um amoroso
abraço de pai e filho.
Autor:
Valdemir Aparecido Misael
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